Nossa imprensa vive a ressaca do anúncio mais bizarro dos últimos tempos. Quando pensávamos que a contratação do Petkovic era uma coisa estranha, vem o Palmeiras, a Traffic, o Luxemburgo, sei lá!, pra contratar essa mistura de Fio Maravilha, Charles Baiano e Saci Pererê.
Em 2004, Obina surgiu muito bem no ataque do Vitória , onde fazia mais gols que o consagrado companheiro Edílson. Chamou a atenção dos demais times brasileiros e o Flamengo o contratou, vencendo uma espécie de leilão com o Inter, que também o queria.
O começo no Fla já denunciaria um jogador sempre acima do peso, mas com muita disposição e o sorriso fácil, que cativava a galera na arquiba. Os gols só foram aparecer com certa relevância no final daquele Brasileirão de 2005, quando o Flamengo era pule de dez na queda pra série B.
Não caiu, muito pela ajuda dos gols achados de Obina, que ganhou bandeiras, camisas, músicas e destaque na internet.
No ano seguinte, o gol decisivo contra o rival Vasco na final da Copa do Brasil só fortaleceu mais a estampa de novo xodó da Raça.
O problema era o futebol sempre irregular que não o deixava ser titular, mas ao mesmo tempo lhe dava o papel de salvador da pátria. Uma antítese na cabeça do torcedor flamenguista: Sabiam que não tinha bom futebol, sabiam também que seus chutes eram improváveis e sua entrada em campo mudava o humor da arquiba.
Obina acabou porque ficou três anos seguidos na reserva, acomodado com os mais de 100 mil reais por mês na conta.
O encanto se foi, a piada perdeu a graça, e o acarajé azedou.
Sua torcida - maior cabo eleitoral do Anjo Negro - se cansou das cavadas de falta, dos chutes errados, dos quilos a mais.
Tirando meu amigo Claudinho, todos os flamenguistas que eu conheço aplaudiram o empréstimo do mais novo alvo da turma do amendoim no Palestra Itália.
