quinta-feira, 16 de julho de 2009

Bom menino...

Se parármos pra pensar em quem foi o melhor da partida ontem no Mineirão, vamos eliminar qualquer jogador do Cruzeiro, ignorar o nada solicitado goleiro do Estudiantes, cogitar o herói Boselli pelo gol e ficar com Verón mesmo.

Seus 34 anos de puro futebol estão nos pés, cabeça e coração.

Com a pelota no gramado, Juan Sebástian ainda consegue dar passes decisivos, de primeira, de direita, de canhota, de trivela... Sua técnica está intacta, talvez mais apurada com o passar do tempo. Tempo que só o fez ter mais preparo para viver uma partida como a de ontem.

Encarar o festejado Cruzeiro em um Mineirão abarratado não seria das mais fáceis missões e Verón tinha o jogo inteiro na cabeça. Roteiro planejado por um atleta que viveu mais futebol do que todos os outros em campo.

Que a pressa não seja argentina nos primeiros minutos de peleja em que a raposa viria de boca aberta e com fome. Uma cotovela carinhosa de revide para intimidar o garoto Ramires, passes curtos, uma caneta sensacional seguida por falta dura do Wágner e lançamentos que mais eram chutões para frente. Lá se vai o primeiro tempo.

No começo da parte final, o gol sofrido exigia calma e caráter para reagir. As pernas já pesada do careca filmado a toda hora conquistaram um drible e o passe descobridor para Cellay, que assistiu Fernández, autor do gol de empate do Estudiantes.

E é claro que o gol de boselli , o do título, também veio do pé direito de Verón. Cruzamento venenoso e forte, na testa do artilheiro argentino. Dos pés nasceram os gols da reação, pois do coração deste camisa 11 se construiu a resistência para suportar vinte minutos sem sofrer gol.

O Estudiantes não foi pressionado, porque seu meio-campo não deixou. Nada passava.

Os homens de vermelho e branco montaram um eficiente cordão à frente de Ramires e seus companheiros, impedindo que Kléber e Welington Paulista recebessem algum bom passe. Welington, aliás, caía, caía e caía.

Enquanto Verón comandava todo o gramado com gritos, gestos, faltas e passes.

Hoje, o menino Sebástian devolve ao pai a taça que seu velho conquistou em 68-69-70. Trinta e nove anos depois, o jogador milionário e valorizado na europa, vive agora uma festa regional e tradicional de sua terra (Título Libertadores), aos olhos do pai certamente orgulhoso de ter um filho assim.

2 comentários:

  1. Noite de muitas derrotas: do Cruzeiro, da Globo que tendo a exclusividade não transmitiu na TV aberta a final da Libertadores com time brasileiro e, principalmente, do PSDB com a chapa presidencial Serra & Aécio (+ Dunga, para ministro da Cultura?).
    A noite, que seria azul, ficou vermelha.

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  2. Porra, muleque, muit bom o texto.
    Como eu falei com o Pedrinho no Sportv, ainda durante o primeiro jogo: o Veron merecia essa Libertadores.

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